Vigilância x Farmacêutico conectado
Atualmente, as chamadas gerações X, Y e Z – superconectadas – vêm promovendo várias mudanças nos hábitos dos consumidores. E estas serão intensificadas a cada década, com a criação das novas classes de consumidores, impactando intensamente na forma como as pessoas agem e compram produtos e serviços.
Os avanços tecnológicos, as questões socioeconômicas e a segurança pública dos grandes centros vêm promovendo um aumento nas compras realizadas pela internet, diminuindo os custos das empresas com infraestrutura e pessoal. Mas o que muda para o varejo farmacêutico em relação às normas sanitárias?
A legislação diz que somente farmácias e drogarias abertas ao público, com farmacêutico responsável presente durante todo o horário de funcionamento, podem realizar a dispensação de medicamentos solicitados por meio remoto, como telefone e internet, mantendo desta forma a legitimidade da dispensação de medicamentos como privativa do farmacêutico.
A norma determina que seja garantido aos usuários meios para comunicação direta e imediata com o Farmacêutico Responsável Técnico, ou seu substituto, presente no estabelecimento. Dessa forma, o estabelecimento deve ter esse profissional à disposição durante o período de atendimento por meio remoto.
É importante ressaltar que a era digital trouxe consigo não só mudanças na modalidade de venda de medicamentos online como também diversas opções de sites que “facilitam o acesso a informação” sobre medicamentos, nos quais observamos um grande incentivo à automedicação. Por esse motivo, é hora de repensar os meios de comunicação de acesso aos pacientes, além do presencial. Cabe aos profissionais farmacêuticos fragmentar as etapas da assistência farmacêutica e identificar que informações podem ser prestadas por meio remoto, de modo que o atendimento seja adaptado de acordo com o perfil de compra do paciente.
É muito importante que os pacientes que adquirem os medicamentos pelas redes globalizadas também tenham acesso às informações básicas para fazer seu tratamento corretamente. Levando–se em conta a amplitude de acesso ao medicamento pela internet, a empresa deve se adequar, pois terá um aumento nas solicitações de atendimento, sendo necessário um quantitativo maior de farmacêuticos para efetuar o atendimento presencial e online – e acompanhar a logística, a fim de que os medicamentos sejam transportados de maneira correta, garantindo a sua qualidade e eficácia.
Assim como os farmacêuticos industriais estão evoluindo diariamente no desenvolvimento de novas tecnologias na produção de medicamentos para curar e/ou melhorar a qualidade de vida do paciente, cabe aos farmacêuticos que trabalham na dispensação se adaptarem às mudanças no comportamento dos consumidores de medicamentos para viabilizar o acesso ao medicamento. E, sobretudo, para não serem substituídos pelos falsos “doutores online” e diminuir a sua importância na orientação do uso racional do medicamento.
Fonte: ABC FARMA