Os resultados da 2ª vacina contra a dengue no Brasil
Duas novas vacinas contra a dengue estão na segunda fase de desenvolvimento. E a notícia é boa pois a dengue voltou a circular de forma significativa no país neste primeiro semestre.
Segundo uma pesquisa da OPAS (Organização Pan Americana da Saúde), em cinco meses desde janeiro de 2020, 1.645.678 de casos de doença arboviral foram registrados nas Américas. A dengue registrava 97,3%.
Ou seja, estes 1.600.947 de casos da dengue indicam que a atenção deve ser contínua. Para nós ainda é mais importante pois 65% deste número pertence ao Brasil.
No texto a seguir vamos saber como estamos evoluindo com esta doença.
Por que uma vacina contra a dengue?
A dengue é um problema de saúde pública no Brasil.
É uma doença causada por um arbovírus – um vírus transmitido por um artrópode – no caso, seu transmissor o mosquito Aedes Aegypti. Ele é responsável também pela transmissão da zika, febre amarela e chikungunya.
Ele tem 4 sorotipos (DEN-1 a DEN-4) que circulam no Brasil. Quem pegou a doença de um sorotipo não está imune aos outros.
A péssima constatação é que a doença se manifesta de forma mais grave em casos de incidência.
A eficácia da primeira vacina contra a dengue
A empresa Sanofi Pasteur lançou em 2015 a vacina contra a dengue chamada CYD-TDV.
Com um DNA produzido tecnologicamente, ela apresenta um êxito de 60% em média. Ela tem um grande poder de resposta para os infectados do sorotipo 4 porém ineficaz contra o DEN-2.
Uma limitação desta vacina é que a recomendação vai apenas para pessoas de 9 a 45 anos e que já tiveram a doença.
Takeda e a segunda vacina contra a dengue
A TAK-003, vacina batizada pela empresa farmacêutica Takeda vem demonstrando uma boa evolução. O modelo da vacina é contra os quatro sorotipos compilado em duas doses.
O estudo consiste em 3 partes e tem uma duração prevista de 4 anos e meio.
Na última fase, chamada de TIDES, com mais de 20.000 voluntários entre crianças e adolescentes, o protótipo da vacina feito em regiões endêmicas apresenta certa segurança e tolerância.
Aleatoriamente eles receberam 0,5ml da TAK-003 ou placebo por injeção subcutânea no primeiro dia. A segunda dose foi 90 dias depois.
Após doze meses da última dose a taxa de aprovação foi de 80,2% sem ter em conta a exposição prévia à dengue.
A fase III começa no segundo semestre do 2020 com o pedido de registro e liberação.
O instituto Butantan e a segunda vacina contra a dengue
O instituto Butantan também está numa fase avançada na vacina contra a dengue.
O Butantan-DV, vacina assim chamada, baseou-se na TV003 dos Institutos de Nacionais de Saúde dos Estados Unidos e seu resultado foi bem equivalente.
A fase II induziu a produção de anticorpos e de cédulas de defesa em voluntários com ou sem contato conhecido com um dos quatros sorotipos da dengue.
Seus estudos publicados na revista The Lancet Infectious Diseases mostraram a eficácia com a TV003 no mesmo método.
A vacina é produzida com 4 proteínas, um para cada tipo de vírus, resfriadas a -70ºC.
Junto com o laboratório MSD (Merck Sharp & Dohme) a equipe do Butantan melhorou o método devido ao desconforto do congelamento e conseguiu transformar a vacina em pó (liofilizada).
Esta se tornou mais vantajosa por poder ser transportada em segurança e colocada em refrigeradores comuns.
O resultado da imunogenicidade foi maior que entre outras vacinas, pois esta foi capaz de ativar a produção de anticorpos quanto células de defesa.
A fase III começou em 2016 e deve terminar em 2024.
Por tudo que foi analisado sobre a vacina contra a dengue podemos esperar um resultado positivo, seguro e muito eficaz.
Não existe um tratamento eficaz contra a dengue e o combate ao mosquito não é muito infalível.
A prevenção com uma vacina contra a dengue aos quatro sorotipos diminuirá em muita esta nova progressão e salvará muitas vidas em nosso país.
Vamos continuar atentos a este assunto!