Entenda o cálculo do reajuste dos preços de medicamentos
Quatro fatores são os pilares da conta da CMED
Para o cálculo do reajuste de medicamentos são usados: Índice de Preços ao Consumidor Aplicado (IPCA), a produtividade do setor farmacêutico, os preços relativos intrassetor e os preços relativos entre setores. A conta é feita pelo Conselho de Ministros da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), formado por uma equipe interministerial, liderada pelo Ministério da Saúde.
O percentual de 2018 ainda não foi definido, mas deve ficar por volta de 2,8%, o menor reajuste dos últimos 11 anos, de acordo com o Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma).
A fórmula adotada pela CMED para calcular o reajuste é:
VPP = IPCA – (X + Y + Z)
VPP = variação percentual do preço do medicamento;
IPCA = Índice de Preços ao Consumidor Amplo, calculado pelo IBGE (inflação);
X = fator de produtividade repassado ao consumido;
Y = o fator de ajuste de preços relativos entre setores;
Z = fator de ajuste de preços relativos intra-setor, estipulado pela CMED e calculado em função da produtividade do setor.
Três níveis definem índices de reajuste de preços
O valor do reajuste de preços de medicamentos de 2018 ficará em aproximadamente 2,8%, de acordo com o Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma). Porém, os preços autorizados pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) são definidos de acordo com sua categoria no mercado.
As três categorias e seus respectivos índices são definidos segundo o nível de competição dos medicamentos nos mercados, a partir do grau de participação dos genéricos nas vendas. Quanto maior a presença dos genéricos, maior a concorrência no setor e menores os ganhos de cada empresa, o que eleva o repasse inflacionário ao consumidor.
Categoria 1: nível com maior participação de genéricos (genéricos têm faturamento igual ou superior a 20%) e, portanto, um teto mais alto de reajuste.
Categoria 2: com partição média de genéricos (representam entre 15% e 20% do faturamento), têm um teto de reajuste médio.
Categoria 3: é a categoria com menor participação de genéricos (inferior a 15% do faturamento) e, portanto, com menor concorrência de mercado e mais baixo índice de reajuste.
O reajuste anual afeta todos os medicamentos com preço tabelo pelo governo, incluindo os genéricos. A medida atinge todas as esferas do mercado, incluindo os pontos de venda (PDVs), que precisam se preparar com rapidez para ofertar os preços corretos e não obter prejuízos, assim como os consumidores, que sentirão a diferença no bolso.
Fonte: Guia da Farmácia