Farmácias Clínicas são uma realidade no Brasil
O papel do farmacêutico e da farmácia no dia a dia da população está mudando. Com a Lei 13.021/14, que autoriza a vacinação em farmácias e a regulamentação do serviço pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), os estabelecimentos dão mais um passo para tornar-se um espaço que oferece não só produtos, mas serviços de saúde.
Com o crescimento das farmácias clínicas, cresce, também, a atuação do farmacêutico. Agora, o profissional administra não somente os medicamentos vendidos ao paciente, mas começa a manejar as vacinas e outros fármacos, além de ter uma presença central no controle de doenças como diabetes e hipertensão, atendendo o paciente ainda mais de perto.
Essa é uma tendência que veio para ficar. De acordo com a Associação Brasileira das Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), até dezembro do ano passado, o País já contava com mais de 1.411 salas de atendimento clínico em mais de 20 redes.
“O farmacêutico é um profissional da saúde que tem ações voltadas para o uso racional de medicamentos e para eficiência da terapia do paciente. E essa eficiência não está relacionada apenas à garantia de que o medicamento vai fazer efeito, mas também ligada ao processo saúde e doença, ao manejo desse medicamento e ao contexto social e psicológico desse paciente”, resume a assessora técnica do Conselho Regional de Farmácia de Minas Gerais (CRF-MG), Danyella Domingues.
Ou seja, cabe a ele realizar ações em saúde pública e atividades dirigidas à comunidade na promoção da saúde inseridas no uso racional de medicamentos. Em sua formação, estão envolvidas as atribuições envolvidas no processo de concepção, produção, controle e dispensação de medicamentos.
Farmácias Clínicas: Como desenvolvê-las?
Anvisa regulamenta a aplicação de vacinas em farmácias e drogarias e reforça o verdadeiro e importante papel do farmacêutico para a saúde da população
Desde 2014, algumas farmácias brasileiras têm passado por uma mudança marcante. Tudo começou com a publicação da Lei 13.021, que estabeleceu um novo marco para a saúde, definindo esses canais como estabelecimentos destinados a prestar assistência farmacêutica e orientação em saúde.
Saiba como desenvolver a farmácia clínica:
DOCUMENTAÇÃO1: segundo o artigo 61, §3º e §4º, da Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) 44/09, para que os serviços farmacêuticos sejam vistos como regulares, necessitam-se de alvarás de funcionamento e da vigilância sanitária.
Para inclusão de consultório em um estabelecimento já em funcionamento, é necessário atualizar a documentação já existente. Vale lembrar que, desde 15 de junho de 2017, o consultório farmacêutico passou a ter uma Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) e o número é 8.650-0/99.
INFRAESTRUTURA1: prioriza-se uma sala bem localizada, com letreiros atrativos e explicativos, e recepção contendo cadeiras.
Internamente, o espaço deve ser munido de mesa; computador/notebook; maca; lavatório, contendo água corrente; toalhas de uso individual e descartáveis; sabonete líquido; gel bactericida; lixeira com pedal e tampa.
METRAGENS2: devido a não regulamentação, o tamanho varia bastante, passando entre 6 m a 60 m.
EQUIPAMENTOS1: termômetro; estetoscópio; esfigmomanômetro; glicosímetro e fitas; organizadores de medicamentos; perfurador de lóbulo auricular; seringas e agulhas; e refrigerador para armazenar adequadamente as vacinas.
SERVIÇOS QUE PODEM SER OFERECIDOS1: educação em saúde; rastreamento em saúde; manejo de problemas de saúde autolimitados; dispensação; revisão da farmacoterapia; conciliação dos medicamentos; acompanhamento farmacoterapêutico; e gestão em saúde.
PROCEDIMENTOS QUE PODEM SER REALIZADOS1: verificação de parâmetros clínicos fisiológicos e bioquímicos; realização de pequenos curativos; organização e administração de medicamentos; perfuração do lóbulo auricular para colocação de brincos; e transfixação dérmica de adereços.
CADASTRO DO PACIENTE2: o ideal é que o cadastro seja feito por meio de um software, pois isto reduzirá a burocracia, tornando a consulta mais produtiva para o paciente e para o farmacêutico.
As informações primordiais são: nome; idade; peso; altura; relato do paciente; queixa; histórico; orientações do farmacêutico; conduta tomada; prescrição (quando necessário); encaminhamento para outros profissionais (quando necessário); parâmetros fisiológicos; data da consulta.