Operação prevenção, saiba mais sobre as doenças de inverno e como evitá-las.
O inverno é uma época propícia para uma maior incidência de doenças respiratórias. A estação, que começou dia 21 de junho, é marcada por baixas temperaturas e tempo seco –o que leva as pessoas a buscar ambientes fechados para se proteger do frio. Esse quadro, somado à poluição que costuma ter seus índices elevados no período, é favorável à proliferação de enfermidades como gripes, resfriados e problemas alérgicos. Para ajudar a enfrentar a temporada sem incômodos, o médico Horácio Cardoso Salles, pneumologista e gerente da área de Medicina Ambulatorial do Seconci-SP (Serviço Social da Construção), esclarece dúvidas e dá dicas de prevenção.
Qual a diferença entre gripe e resfriado?
Resfriado: é mais leve, dura menos tempo e não costuma causar febre, exceto em crianças. Os principais sintomas são coriza, tosse seca, espirros, dor na garganta e indisposição. Costuma durar de 5 a 7 dias, mas os sintomas podem perdurar por duas semanas. O resfriado é contagioso durante os três primeiros dias. Dificilmente evolui para um quadro mais grave.
Gripe: causa febre, normalmente acima de 38ºC, principalmente nas crianças. A pessoa fica prostrada, com dor de cabeça, dores pelo corpo, mal estar e perde o apetite. Pode durar duas semanas, mas o período de contágio, em geral, perdura por 1 a 2 dias após o final da febre. É causada pelo vírus Influenza e pode evoluir para pneumonia. “A hidratação é muito importante. A água contribui para fluidificar as secreções e tem função expectorante”, recomenda o Dr. Salles.
Como evitar gripes e resfriados?
O resfriado e a gripe são causados por vírus altamente contagiosos. De acordo com o especialista, cultivar hábitos simples de higiene, como lavar as mãos com frequência e usar álcool-gel, além de evitar ambientes com pouca circulação de ar e muita concentração de pessoas, são atitudes eficientes para a prevenção. Do mesmo modo, deve-se evitar contato próximo com enfermos, mantendo uma distância de pelo menos dois metros. A vacina, no caso da gripe, é a melhor forma de prevenção.
Muitos dizem que, depois de se vacinar, passaram a ter gripes com freqüência.
Isso pode acontecer?
Segundo o médico, trata-se de um mito. Mas aproximadamente 10% dos subtipos do vírus Influenza não são cobertos pelas vacinas, por isso alguns pacientes, mesmo sendo imunizados, podem pegar gripe. “E é comum as pessoas apresentarem resfriados e acabarem confundindo com gripe”, explica o Dr. Salles.
Quais os principais agentes causadores de alergias respiratórias no inverno?
Os ácaros (presentes no pó ou poeira) e os pelos e penas de animais são os principais causadores de alergias. Ao entrarem no sistema respiratório ou em contato com os olhos ou outra mucosa, podem desencadear a hipersensibilidade. O pneumologista recomenda evitar tapetes e cortinas em casas de pessoas com alta sensibilidade, além de utilizar panos úmidos para a limpeza dos ambientes, uma vez que vassoura e espanador levantam pó. Outra dica é lavar as roupas guardadas há muito tempo antes de colocá-las em uso.
Fatos. Não mitos:
– Purificadores de ar evitam crises alérgicas pois filtram o ar.
– O acúmulo de mofo no banheiro pode causar alergias, uma vez que fungos e ácaros são prejudiciais à saúde.
– Dormir com animais no quarto pode desencadear alergias.
– Usar travesseiro de penas e plumas idem.
Doenças respiratórias em crianças aumentam 30% no inverno
Na época mais fria do ano, os sons infantis mais ouvidos não são suas irresistíveis risadas – mas tosse e espirros. Com a chegada do inverno, a umidade fica mais baixa, dificultando a filtração do ar pelas narinas, o que favorece a contaminação por vírus e bactérias.
“Este ano, o frio chegou mais cedo. Em março, já registramos um crescimento de mais de 30% no número de atendimentos a crianças com doenças respiratórias, no pronto-socorro infantil. O índice só diminui quando a temperatura começa a aumentar, ou seja, a partir de setembro, com a chegada da primavera”, revela o pediatra da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Dr. Hamilton Robledo. De acordo com o especialista, é preciso ficar atento aos sintomas para saber quando a criança deve ser encaminhada ao pronto-socorro infantil. “A bronquiolite, que é a inflamação dos brônquios, se manifesta por meio de tosse com secreção e falta de ar, sintomas muito parecidos com a pneumonia e broncopneumonia, que são infecções no pulmão e nos brônquios, respectivamente, nas quais há tosses com secreção amarelada/esverdeada, acompanhada por falta de ar e febre. A sinusite, por sua vez, apresenta congestão nasal, secreção amarela/esverdeada, dor de cabeça, febre e dor no corpo”, detalha. “Quando a criança apresenta tosse com febra alta de difícil controle e falta de ar, é preciso procurar atendimento de emergência. Com base na história clínica, exame físico e exames subsidiários laboratoriais ou de imagem, quando necessários, será fechado o diagnóstico. O tratamento pode variar de medicamentos sintomáticos, inalações, até o uso de corticoides e antibióticos”, explica o pediatra.
Fonte: ABCFARMA